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Resumo

 

O discurso atravessa a todos de forma a moldar nosso modo de ser no mundo. Com relação à deficiência, pode-se observar a construção histórica de um discurso fundado em ideias que provocam sentimentos e comportamentos de incapacidade, exclusão e estigmatização. Marginalizados, socialmente, esses discursos despotencializam os deficientes, pois tentam retirar dos mesmos toda e qualquer possibilidade de fazer escolhas que possibilitem conduzir a sua própria vida. Os objetivos do presente trabalho são: a) compreender como os discursos sobre deficiência, gênero e estigma promovem diálogos entre si, na vida conjugal dos deficientes, de forma a produzir modos de ser no mundo e processos de estigmatização; b) investigar como os discursos fundamentam a cognição dos deficientes sobre o seu mundo; c) compreender como se dá a vivência dos casais, quando os dois são deficientes, ou quando apenas um é, a partir do atravessamento dos discursos. A metodologia foi qualitativa, entrevistas semi-abertas, tendo sido adotado o método fenomenológico, onde o que importa, é como os sujeitos da pesquisa percebiam o que lhes acontecia, bem como a cartografia, onde tudo que foi vivenciado no campo, mereceu um olhar reflexivo. Por fim, a revisão sistemática de leitura. A pesquisa demonstrou que as pessoas ainda permanecem imersas, socialmente, em preconceitos, falta de informação, estranhamento e ausência de diálogo. Os discursos que atravessam o nosso mundo, ainda constituem o deficiente como incapaz e inferiorizado, mas ao estar com esses casais pôde-se encontrar pessoas corajosas que lutam pelos seus sonhos, que amam, são solidárias, criam seus filhos e enfrentam os desafios que a vida nos opõe com força e de cabeça erguida. Sendo importante salientar que, em muitos momentos, a desconstrução do estereótipo está na relação com os membros de sua própria família. A esse respeito, veja-se o que disse Luz sobre sua filha não deficiente: “quando vai buscar ela na escola, ela fica com vergonha da mãe surda”.

aboração e o desenvolvimento de estratégias e práticas de ensino específicas que atendam às demandas de cada criança. Promovendo, assim, propostas que atendam às diversas formas de o sujeito se aproximar do conhecimento.

 

Palavras-chave

família fenomenologia estigma deficiência.

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Como Citar
ABDO P. OLIVEIRA, A., EDUARDA BARROS CAETANO, E., VIANA SIQUEIRA, F., A. VILLAÇA, L., TAVARES PETRUCCI, M. A., ROCHA FERREIRA, S., & WAGNER DE AZEVEDO, P. (2019). O ESTIGMA E A VIVÊNCIA DE CASAIS COM DEFICIÊNCIA. Humanas Sociais & Aplicadas, 9(25). https://doi.org/10.25242/887692520191826