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Resumo

A construção da auto-representação mental dos indivíduos privados de visão, suas alternativas sensoriais e experiências onírica. A condição de se auto-representar mentalmente é uma característica exclusivamente humana que pressupõe o funcionamento adequado de inúmeros sistemas neuropsicológicos. O significante lingüístico da auto-representação é o conceito de Eu. Personificando a individualidade física e mental do ser humano, o Eu é um conceito ambivalente. Por um lado estrutura-se na variância modal das experiências sensoriais e emocionais experimentadas pelo sujeito ao qual se vincula, por outro, permanece fiel à memória espaço-temporal da sua história. No dizer de ORTEGA Y GASSET: (1973) "Um eu e sua circunstância". Considerando-se que em seres humanos sensorialmente íntegros esta circunstância ou contexto espaço-temporal possui um caráter predominantemente visual segundo BRUNER (1997), esta pesquisa se propôs averiguar quais as alternativas sensoriais utilizadas pelos cegos na construção de um conceito de um Eu, ou seja, como a auto-representação se constrói a partir da experiência sensível nas modalidades tátil e auditiva, e nas experiências oníricas, serão encontrados elementos altamente significativos na construção e reconhecimento de um Eu pelos indivíduos privados de visão.
Palavras chave: Auto-representação, privação visual, alternativas sensoriais, experiências oníricas.

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